Hulk Hogan: da ascensão meteórica ao adeus do maior nome do wrestling

Foi em pleno verão americano, na manhã do dia 24 de julho de 2025, que o mundo recebeu a notícia da morte de Hulk Hogan. Poucos personagens conseguiram transformar um esporte em fenômeno global — e Hogan fez isso como ninguém. Terry Gene Bollea, nascido em 1953, soube desde cedo mesclar força física com carisma, bigode loiro e bandanas coloridas. Quando surgiu nos ringues, deu uma nova cara ao wrestling, levando crianças, adultos e idosos para a frente da TV nos anos 1980.

Não era só um lutador. Hogan virou sinônimo de entretenimento. Dos seis títulos mundiais pela WWE ao inesquecível duelo com Andre the Giant na WrestleMania III, as suas lutas eram verdadeiros espetáculos teatrais. Não é exagerado dizer: quem cresceu nas décadas de 80 ou 90 viu o nome Hulk Hogan estampado em camisetas, lancheiras, videogames e até brinquedos para o banho.

Os fãs não se contentavam em vê-lo apenas no ringue. Hogan chegou também às telas de cinema: participou de filmes como 'Rocky III', vivendo batalhas também com Sylvester Stallone. E quem não se lembra dos barracos e confusões do reality 'Hogan Knows Best?', que mostrava o dia a dia de uma das famílias mais conhecidas dos EUA?

Nem tudo, porém, foi alegria. Hogan passou por grandes tempestades. Enfrentou momentos delicados, como o polêmico vazamento de um vídeo íntimo em 2012, que resultou numa batalha judicial milionária contra o site Gawker. O processo virou referência em discussões de privacidade na mídia americana. Mesmo com a vitória de US$ 115 milhões, Hogan ficou marcado também pela exposição de sua vida privada.

Família nunca ficou fora dos holofotes. Primeiro, com o casamento extenso com Linda Hogan, marcado por polêmicas e turbulências públicas, e depois com Sky Daily, a quem deixou ao falecer. Os filhos Brooke e Nick também participaram do reality, e viveram sob a pressão natural de carregar o sobrenome do maior lutador da televisão.

Legado, polêmicas e despedida do ícone pop mundial

O legado profissional de Hogan é quase impossível de resumir. Além de ser introduzido no Hall da Fama da WWE em 2005, foi protagonista de rivalidades históricas — de Randy Savage e Andre the Giant nos primórdios, até The Rock, já nos anos 2000. Seu estilo de luta, seu grito "Whatcha gonna do when Hulkamania runs wild on you?" e as entradas triunfais viraram parte da cultura pop. Muitos esportistas, inclusive de fora do wrestling, foram impactados ou até inspirados pelo personagem exagerado e teatral de Hogan.

Mas nem só de vitórias se faz uma carreira midiática. Hogan se envolveu em várias polêmicas. A mais grave aconteceu após declarações racistas vazarem em áudios, afastando-o temporariamente da WWE e prejudicando, por um tempo, a reputação construída em mais de três décadas. Ele também se posicionou politicamente, apoiando a reeleição de Donald Trump em 2024, escolhas que dividiram opiniões entre seus admiradores nos Estados Unidos.

A notícia da morte, causada por parada cardíaca segundo informações iniciais, devastou a comunidade do wrestling. Amigo de longa data, Ric Flair, lamentou publicamente dizendo que conversou com Hogan recentemente. Diversos lutadores, amigos e fãs inundaram as redes sociais lembrando o impacto duradouro de um homem que reinou nas arenas e nos lares do planeta.

Autoridades locais afastaram qualquer suspeita de crime, enquanto a família pediu respeito à privacidade neste momento. A WWE anunciou homenagens em seus programas e reiterou que Hulk Hogan ajudou a construir um império midiático sendo carismático, polêmico e, acima de tudo, inesquecível. Nenhum outro lutador carregou nas costas o peso de popularizar tanto uma modalidade esportiva, a ponto de redefinir o que o entretenimento poderia alcançar. A cultura pop nunca mais será a mesma.