Quando São Miguel Arcanjo foi entregue ao plenário da Brasília no dia 12 de agosto de 2025, a cena lembrava um verdadeiro ritual de Estado. O evento foi organizado pelo Instituto Hesed, e contou com a presença da deputada Simone Marquetto (MDB‑SP), que presidiu a sessão solene. Ao lado dela, o bispo Dom Devair Araújo da Fonseca celebrou a missa, enquanto a Força Aérea Brasileira concedeu a mais alta honraria militar ao arcanjo. A imagem, trazida diretamente do Monte Gargano, na Itália, foi coroada como comandante espiritual da nação, marcando o início de uma peregrinação que atravessará todas as regiões do país até 29 de setembro.
Comentários
Thaty Dantas
setembro 29, 2025É curioso ver o simbolismo militar ligado a um arcanjo, parece uma mistura de fé e poder estatal.
Davi Silva
setembro 29, 2025A imagem de São Miguel Arcanjo que chegou ao Congresso não é apenas um objeto de devoção, mas também um elemento carregado de significados políticos e sociais.
Historicamente, a figura do arcanjo tem sido associada à proteção e à luta contra o mal, o que pode ser reinterpretado como uma metáfora para os desafios atuais do Brasil.
Ao ser entregue em cerimônia solene, com a presença de deputados, bispos e da Força Aérea, o gesto ganha contornos quase escenográficos, reforçando a ideia de um Estado que busca legitimar-se por meio da religiosidade.
O Instituto Hesed, organizador do evento, tem uma longa trajetória de atuação em projetos de caridade e ajuda humanitária, o que pode explicar parte do apoio institucional.
Entretanto, devemos observar que a participação de autoridades eleitas pode ser vista como uma tentativa de captar votos de grupos religiosos conservadores.
A consagração da imagem como comandante espiritual da nação cria uma narrativa que ultrapassa a esfera privada e invade a esfera pública.
Isso pode gerar um efeito de coesão simbólica entre diferentes regiões, especialmente quando a peregrinação anunciada percorrerá todo o território brasileiro.
A peregrinação, prevista para terminar em 29 de setembro, tem o potencial de mobilizar milhares de fiéis, gerando impactos econômicos nas cidades-sede.
Além disso, a presença da Força Aérea conferindo honrarias militares ao arcanjo introduz uma camada de militarismo que merece atenção crítica.
É importante questionar até que ponto a integração entre religião e símbolos militares contribui para a construção de uma identidade nacional inclusiva.
Em alguns momentos da história, esse tipo de fusão tem sido utilizada para marginalizar grupos que não compartilham da mesma fé.
Por outro lado, para muitos brasileiros, a presença de São Miguel pode representar conforto espiritual em tempos de incerteza econômica e política.
A resposta da sociedade civil tem sido diversa, com grupos ecumênicos celebrando o evento e outros setores defendendo a laicidade do Estado.
No cenário internacional, a prática de elevar ícones religiosos a cargos simbólicos não é inédita, mas cada contexto traz suas particularidades.
Assim, a imagem de São Miguel no plenário pode servir como ponto de partida para debates profundos sobre pluralismo, poder e fé.
Em última análise, o futuro da peregrinação dependerá da forma como autoridades, religiosos e cidadãos dialogarem sobre os limites e as oportunidades dessa iniciativa.
Leonardo Teixeira
setembro 29, 2025Mais uma encenação barata de fé institucionalizada. 🙄
Marcelo Paulo Noguchi
setembro 29, 2025Considerando os parâmetros constitucionais vigentes, a consagração do arcanjo como comando espiritual pode ser interpretada como uma medida de instrumentalização simbólica voltada à coesão nacional, alinhando-se aos preceitos de governança integrativa e fortalecendo a sinergia entre entidades civis e eclesiásticas.
Lauro Spitz
setembro 29, 2025Ah, claro, porque o que o Brasil realmente precisava era de mais um mascote celestial pra aparecer nas notícias. 😂
Vivi Nascimento
setembro 29, 2025Gente,, olha só,,, que coisa!!! Uma estátua lá no Congresso!!! Vai ser o novo símbolo da nação!!!
Charles Ferreira
setembro 29, 2025Entendo o ponto, mas achoo que a ideia de ter um protetor celeste pode trazer um senso de união, mesmo que pareça um tanto exagerado.
Bruna Fernanda
setembro 29, 2025Unir as pessoas? Só se for pra vender mais velas e promessas vazias, né? Não tem nada de mágico nisso.
Tais Tais
setembro 29, 2025Na cultura popular brasileira, arcanjos já aparecem nas festas de São João, nas rodas de samba e até nas novelas; portanto, a presença dele no Congresso não é tão fora de contexto, mas ainda assim levanta questões sobre secularismo.
Mário Eduardo
setembro 30, 2025Talvez a verdadeira agenda seja usar a peregrinação como fachada para movimentar recursos de bastidores ocultos, controlando a população sob o pretexto de proteção espiritual enquanto elites impulsionam agendas globais.
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