O Coritiba voltou ao topo do futebol brasileiro com uma conquista histórica. Na noite de 23 de novembro de 2025, o clube paranaense derrotou o Amazonas por 2 a 1 no Estádio Municipal Carlos Zamith, em Manaus, e garantiu o título da Série B de 2025 — sua terceira conquista na competição, superando o Athletico Paranaense como maior campeão da história da segunda divisão. O time, treinado por Mozart, fechou a temporada com a melhor defesa do campeonato: apenas 23 gols sofridos em 38 jogos. A festa começou antes mesmo do apito final: torcedores encheram o aeroporto de Ponta Grossa e, na manhã de 24 de novembro, o Aeroporto Internacional Afonso Pena virou um mar de verde e branco às 9h30, quando o elenco desembarcou entre aplausos, fogos e bandeiras.
Remo retorna à elite após 31 anos de espera
Enquanto o Coritiba celebrava seu título, outro sonho se realizava no Pará. O Remo, que não jogava na Série A desde 1994, garantiu seu acesso com uma vitória emocionante por 3 a 1 sobre o Goiás no Estádio Mangueirão, em Belém. O gol de abertura veio de Pedro Rocha, artilheiro da competição com 15 gols e 8 assistências. A vitória foi ainda mais doce porque o Criciúma, que liderava a zona de acesso, perdeu por 1 a 0 para o Cuiabá na mesma rodada. O Remo terminou com 62 pontos, igualando a Chapecoense, mas levou a vantagem no critério de desempate — saldo de gols (12 contra 17 da Chape). Trinta e um anos de espera, de crises financeiras e rebaixamentos, se transformaram em lágrimas de alegria no Mangueirão.
Quem subiu e quem caiu: a tabela final
A Série B de 2025 foi uma das mais equilibradas da história. Além do Coritiba e do Remo, o Athletico Paranaense foi vice-campeão com 65 pontos — o melhor ataque da competição, com 53 gols. A Chapecoense, sob o comando de Gilmar Dal Pozzo, garantiu o terceiro acesso com os mesmos 62 pontos, mas com melhor saldo de gols. O Atlético Goianiense, que voltou à elite após quatro temporadas, fechou em sexto lugar com 61 pontos, junto ao Criciúma, que terminou em quinto. Ambos tinham o mesmo aproveitamento (53,5%), mas o Atlético-GO avançou por critério de gols marcados (42 contra 47 do Criciúma).
Já os rebaixados foram: Athletic (17º, 40 pontos), Ferroviária (18º, 36 pontos), um clube ainda não identificado com 36 pontos (19º), e o Amazonas (20º, 28 pontos). O time da Amazônia, que chegou a liderar a competição por algumas rodadas, sucumbiu ao peso da pressão e da distância geográfica — só venceu cinco jogos em 38 tentativas. A média de público da competição variou de menos de 5 mil a mais de 38 mil: o recorde foi no jogo entre Athletico-PR e Volta Redonda, em 8 de novembro, na Arena da Baixada.
Heróis e despedidas: os nomes que marcaram a temporada
Pedro Rocha foi o grande nome da Série B. Seus 15 gols e 8 assistências não só levaram o Remo de volta à elite, como o tornaram o primeiro artilheiro da competição a superar os 15 gols desde 2019. O lateral Kevin Viveros, do Athletico-PR, fez 9 gols e se tornou peça-chave do vice-campeonato. Já o zagueiro Josué, do Coritiba, liderou a defesa mais sólida do campeonato, com 23 gols sofridos — menos de 0,6 por jogo.
Na despedida, o ex-jogador do Manchester City e do Athletico-PR, Fernandinho, anunciou sua aposentadoria durante a competição. "Já nada me motiva", disse em entrevista, encerrando uma carreira de mais de 20 anos. Aos 39, ele jogou apenas três partidas na Série B, mas sua presença foi sentida por torcedores e colegas.
O que vem a seguir? O desafio da Série A em 2026
Agora, os quatro promovidos enfrentam um novo desafio: sobreviver na elite. O Coritiba, que já foi campeão brasileiro em 1985 e 1991, terá que reconstruir sua base. O Remo, que viveu momentos de glória nos anos 1970 e 1980, precisa superar a crise financeira que o afastou da elite por três décadas. A Chapecoense, que ainda carrega a dor da tragédia de 2016, busca retomar sua trajetória de crescimento. Já o Atlético-GO, que foi vice-campeão da Série A em 2020, tem a vantagem da experiência.
Os clubes já começam a planejar transferências. O Criciúma, por exemplo, foi alvo de negociações da Chapecoense por Marcelo Hermes e Gui Lobo — dois jogadores com contratos até 2026 e 2027, respectivamente. A pressão por resultados será imediata: em 2026, o acesso será decidido por apenas 15 rodadas, e o rebaixamento pode vir com 50 pontos — algo que não era possível em 2025.
As maiores goleadas e os números que marcaram a Série B
- Maior goleada: Avaí 5-0 Botafogo-SP (Estádio da Ressacada, 26 de outubro)
- Melhor ataque: Athletico Paranaense (53 gols)
- Melhor defesa: Coritiba (23 gols sofridos)
- Maior público: Athletico-PR x Volta Redonda (38.930 torcedores)
- Menor público: Amazonas x Criciúma (2.107 torcedores)
Com 1.088 gols em 380 jogos, a Série B de 2025 foi a mais ofensiva desde 2015. O número de empates também bateu recorde: 145 partidas terminaram empatadas — quase 38% do total. Isso mostra que o futebol brasileiro está mais equilibrado, e que a diferença entre os clubes da elite e os da segunda divisão está diminuindo.
Frequently Asked Questions
Como o Coritiba conseguiu a melhor defesa da Série B?
O Coritiba contou com uma defesa organizada por Mozart, que adotou um sistema 4-1-4-1 com foco na contenção. O zagueiro Josué liderou o setor com 31 jogos completos e apenas 2 cartões vermelhos. O goleiro Matheus Cunha foi o menos vazado da competição, com 16 jogos sem sofrer gols. A equipe também foi a que mais recuperou bolas na intermediária — 1.207 ações, segundo dados da CBF.
Por que o Remo demorou 31 anos para voltar à Série A?
Após o vice-campeonato da Série A em 1991, o Remo enfrentou crises financeiras, gestão instável e até a perda de seu estádio, o Mangueirão, em 2004. A equipe passou por seis rebaixamentos entre 1993 e 2017. Só em 2023, com a chegada do técnico Guto Ferreira e um plano de reestruturação patrocinado por empresas locais, o clube começou a se recuperar. O acesso de 2025 foi o resultado de um projeto de cinco anos.
Quem foi o artilheiro da Série B 2025 e qual sua importância?
Pedro Rocha, atacante do Remo, foi o artilheiro com 15 gols e 8 assistências — o melhor desempenho ofensivo da competição desde 2019. Ele não só marcou gols decisivos, como também criou chances para colegas. Seu desempenho atraiu olhares de clubes da Série A, e ele já é cotado como reforço para o próximo ano. Sua regularidade foi fundamental para o acesso do Remo, especialmente nos jogos fora de casa.
Qual foi o impacto da derrota do Criciúma para o Cuiabá?
A vitória do Cuiabá por 1 a 0 sobre o Criciúma, na 38ª rodada, foi decisiva. O Criciúma precisava vencer para garantir o acesso direto. Com o empate, perdeu a vantagem sobre o Remo no critério de desempate e caiu para o quinto lugar. Isso permitiu que o Remo, mesmo com os mesmos 62 pontos, subisse por saldo de gols. A derrota também abriu caminho para o Atlético-GO, que aproveitou o resultado para se manter na briga pelo sexto lugar.
O que aconteceu com o Athletic e o Amazonas após o rebaixamento?
O Athletic, que chegou à Série B como promovido em 2024, sofreu com a perda de jogadores-chave e uma gestão instável. Já o Amazonas, apesar de ter uma torcida apaixonada, não conseguiu manter um elenco competitivo. Ambos foram rebaixados para a Série C de 2026. O Amazonas, em particular, enfrenta dificuldades logísticas — jogar em Manaus custa mais que em qualquer outro clube da Série B, e isso afeta o orçamento e a preparação.
Por que o Athletico Paranaense não venceu a Série B, mesmo com mais pontos?
O Athletico-PR teve o melhor desempenho geral: mais vitórias, mais gols e melhor aproveitamento. Mas o título da Série B é dado ao clube que termina em primeiro lugar, e o Coritiba venceu o jogo direto contra o Athletico-PR na 20ª rodada, por 1 a 0, em Curitiba. Essa vitória foi decisiva no critério de desempate, que prioriza o confronto direto. Assim, mesmo com 65 pontos, o Athletico-PR ficou com o vice-campeonato.
Comentários
Luciano Hejlesen
dezembro 5, 2025MEU DEUS, O REMO DE VOLTA?!?!?!?!?!?!?!? 🤯😭
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